terça-feira, 7 de janeiro de 2014

As verdades sobre Obá Olu Aye e Omolú

Em verdade é que a cultura brasileira mudou de forma drástica o candomblé nosso culto africano de de forma adaptada a realidade brasileira, de forma que Xaponã ou Oba Olú Ayê, considerado um velho, doente em alguns casos até (leproso) comparado a São Lazaro e Omolú a são Roque, levando em consideração que a comparação dos orixás com o sincretizamo católico realmente foi necessária  outrora, porém esta mentira que no passado protegeu o culto, hoje cria uma falta de conhecimento, fomentando a mais pura ignorância no povo do axé.





Hoje vamos entender as formas do culto a Xaponã / Obá Olu Iwlê, e  principalmente quem e Omolú?
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Olú Iwalê


Akamara (Deus supremo da criação) pai de Olodunmare (Deus) que por sua vez criou outros Irunmolés (Deuses da criação).

Olu-Iwaye o irunmolere responsavel por criar e sustentar a ordem dos planetas e estrelas,
 em principio oluIwale em toda sua grandeza criou os primeiros 7 planetas e Olodunmare satisfeito com a obra de seu filho lhe ordenou que criasse outros dois planetas, em especial a terra esta surgiu tão bela que Olodumare deu a um Irunmole chamada Ayê ( o espirito da terra.)

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Omo Olú

Omo (mulher) Olú (Senhor(a) ou dependendo do dialeto local Omo (Femêa), um espirito feminino que na Africa é cultuada em um poço como a provedora da água que brota do solo e traz a vida as plantações ao gado garantindo garantindo vida.







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Sópona
Xápona título dado ao guerreiro da ventania (Gunã ijI) impiedoso dentre outros tambem chamado como Afôm Gbona ( parasitário quente) como planta que  se alastra por cima de outra e mata.

Para que fique muito mais claro o temor causado por este orixá na áfrica nas cidades de Mahi, no território Tapá, Golfo do Benin até a bacia de Benguela costuma-se oferecer sacrifícios para Xaponã para que tenha piedade das cidades, para que o sol não estrague suas colheitas e que a saúde do povo não seja tocada e para que Omolú que as colheitas sejam abundantes, logo se percebe o medo e respeito que este orixá impõe.


Xaponã Orixá viril, Violento, impiedoso.

Os territórios africanos viviam em constantes conflitos entre as tribos, durante as invasões as terras de Tapá, Marri, onde os homens das famílias agrupavam-se na ideia de resistir às invasões por outros “exércitos” estes buscavam invadir, pilhar e destruir qualquer chance de sobrevivência da dinastia da família real que pudesse um dia reclamar o reinado da cidade tribo ou aldeia, aldeias eram tomadas. Nestas ocasiões guerreiros sobreviventes se refugiaram.







Estes sobreviventes se agruparam em uma espécie de quilombo, onde nasce a legião do vento, mas conhecida como IGBÁ IJÍ IKAN, “A FAMILIA DO VENTO SANGUINARIO”  fundada por guerreiros oriundos dos combates que destruíram suas famílias de forma cruel e violenta.
Onde podemos perceber como se justifica o caráter violento de Xaponã.

Neste episodio percebemos que o argumento de que Xaponã ou Obá Olú Ayê, nunca foi velho aleijado ou portador de nenhum tipo doença de pele ou degenerativa, devido a seu histórico de batalhas é certo afirmar que se realmente ele carregou cicatrizes com toda a certeza eram de batalhas.


Baseado em todos estes fatos vem a fatídica pergunta; Seria este um perfil de um leproso ou como se diz no Brasil, “Fulano é do velho” ?

Na Bahia e muito provavelmente em outras cidades do Brasil no mês de Agosto todas as casas fazem obrigações para apaziguar a ira deste Orixá.

Por que eles usavam  Azê ?  ( O capuz de palha da Costa) 





Como já citado á legião formada por estes guerreiros buscavam vingança, buscavam formas de sobreviver, buscando água e comida, cruzavam terras áridas e muito quentes onde o uso desta proteção era muito conveniente




A palha da costa impede a entrada de areia soprada pelos ventos, ameniza o calor direto do sol, unindo o Azê á mascaras de guerra tornavam-se infalíveis armas contra os inimigos implantando o medo fazendo-os acreditarem que a legião não era de humanos e sim de espíritos do mal...  

E por que Sóponã (Xáponã) esta ligado as doenças de pele ou epidemias ?

Como senhor da guerra e muito sagaz em sua inteligencia,
e percebeu que o fato em comum dentre os homens era o sangue que todos tem em seus corpos, logo concluiu que o sangue seria responsável por doenças e suas transmissões, ele observava os efeitos das doenças já pré existentes nos seus inimigos de aldeias vizinhas, como febres ou infecções doenças como ebola, varíola (HOJE CIENTIFICAMENTE CONHECIDAS)  assim a pratica de flechas contaminadas e ponta de lanças infectadas com sangue eram praticas corriqueiras de
Sópona (Xaponã), a o ponto de jogar corpos em leito de rios que cruzavam cidade de seu interesse a fim de que pela água pudesse contaminar e enfraquecer seus inimigos...
e para segurança de sua legião e matar toda e qualquer possibilidade de contaminação por possíveis sobreviventes, que pudesse por em risco sua saúde ou dos outros guerreiros
(Ajunsu, Sakpata, Azoany etc...) toda cidade era carbonizada afim de esterilizar o espaço e tornado ré habitável


E certo afirmar que dai vem sua fama de Deus da peste, fama que te rendeu prestigio e respeito que prevalecem ate os dias de hoje, seja na africa ou no brasil todos temem a ira de Sóponã  (Xaponã)...


fi awọn ọba ti awọn ilẹ 
(Salve o rei da terra) 
Texto Esú Layenã



sábado, 7 de dezembro de 2013

A degradação do candomblé.




Gostaria de não sentir medo de nosso fim, a cada dia que passa é notório a desvalorização dos nossos cultos, mas ai você vai dizer minha casa não é assim, mais infelizmente somos reflexo de opiniões.


 - Eu costumo dizer que o Candomblé e uma joia sagrada que é constituída de dois fundamentos:
 O segredo e o sagrado quando um destes se perde, não temos mais um a joia e sim uma mera bijuteria.

Nas redes sociais, s
egredos estão sendo revelados e a banalização de tanta informação não importa se certa ou errada, vários vídeos, feitura, cânticos litúrgicos, fotos de fundamentos de ronco, dentre estas informações observamos coisas hediondas que nunca existiam dentro do culto e que nem valem a pena propagar.


Mas se olhar fosse aprender todo cachorro deveria ser açougueiro?

Ou poderia dizer também que se raspar uma cabeça fosse fácil, todo Barbeiro era pai de santo.


A grande verdade é apenas uma diretriz, nossos Ebomes estão morrendo e infelizmente os seus sucessores ou não respeitam os aprendizados ou nunca se importaram com os ensinamentos dos seus mais velhos.


Tive oportunidade de aprender com meus mais velhos.

Meu filho, búzio não prova nada em delegacia, nem tudo que se vê se comenta, por que Vodunce não conversa com pessoas que a língua não cabe na boca.(Mãe Clarinda de Yemanjá).


Algumas autoridades do culto concordam com a propagação do candomblé com a justificativa de manter viva a religião, falar sobre Candomblé de uma forma cientifica no que se diz respeito a tradições e história do povo negro e seu sofrimento para que assim realmente nossa religião se conserve com respeito e seja valorizada como firmamento de uma raça valorosa com seus próprios costumes, ritos, crenças e fé.

Ifá Layênã.


A diferença entre os cultos do candomblé. Parte 1


Vamos entender que a pratica escravagista não era desconhecida dos povos africanos, já era de costume que os governantes invadissem reinos em buscando escravizar outras tribos e explorar seus recursos naturais tais como:

Água limpa, solo fértil, uma melhor posição territorial em local mais alto e perto do mar onde poderiam facilitar o seu comércio.

Os reinos menos favorecidos como já citado precisavam do sustento e a unica forma era invadir, conquistar, pilha, prender, escravizar, e expulsar.
  


Chama-se de tráfico negreiro o transporte forçado de negros como escravos para as Américas e para outras colônias de países europeus, durante o período colonização.
Na Idade Moderna, sobretudo a partir da descoberta da América, houve um crescimento de forma descomunal da escravidão. Desenvolveu-se, então, um cruel e lucrativo comércio de homens, mulheres e crianças entre a África e as Américas.

A escravidão passou a ser justificada por razões morais e religiosas e baseada na crença da “suposta” superioridade racial e cultural dos europeus.
tráfico de escravos africanos se dividiu em quatro fases:

Ciclo da Guiné (século 16)

Conhecido como ciclo de Guiné, ocorreu na segunda metade do século XVI e recebeu essa denominação em função da rota do tráfico, que partia da costa oeste da África, ao norte do Equador, região onde hoje está situado o SenegalGâmbia e Guiné Bissau.

Entre eles Príncipes, Princesas, Reis, Babalawos, e Babalorixás, a grande ideia era não só "vender" mas também exterminar qualquer chance de perda do poder por uma nova dinastia, como era claro que um prisioneiro "vendido" 
na verdade trocados por bugigangas como escravo era mais lucrativo que um "cadáver", levando em conta a certeza que eles nunca retornariam vivos para a Africa.




Calcula-se que nesse ciclo tenham chegado ao Brasil entre 50 e 100 mil africanos.
Na Bahia, esse ciclo foi pouco representativo.


O número estimado de africanos é de sete mil, em sua maioria, pertencentes às etnias sudanesas.

O ciclo da Guiné, seguiram-se ainda, dedicados à exportação de “peças” da costa -se, no transcorrer do século 16, o comércio triangular transatlântico, tendo um dos vértices em Lisboa, o outro na costa da Angola, e um terceiro no nordeste brasileiro. 



2º período: O Ciclo de Angola e do Congo no Sec. XVII

Ciclo de Angola e Congo têm início por volta de 1580, mas estende-se até o final de século XVII. O número de africanos da chamada África Austral que chegaram ao Brasil é estimado em 600 mil. Na Bahia, não se sabe ao certo o número de escravos que vieram desta parte do continente africano. Entretanto, pela grande quantidade de navios negreiros que aportaram aqui nessa época, presume-se que tenham chegado um grande número de escravos.

 O certo é que a maioria deles foi levada para trabalhar nos engenhos de cana-de-açúcar, instalados na região do Recôncavo.

Além de angolas e congos, vieram também nesse ciclo escravos oriundos de Moçambique, todos eles de etnias bantos.

E notório que dentre eles seus governantes e seus lideres religiosos dando o inicio a o Candomblé que chamaremos aqui de Candomblé de novo mundo.

Onde percebemos as diferenças gritantes onde o Candomblé Africano “Velho mundo” onde o culto resumia-se apenas a o conhecimento extremo de um ancestral divinizado como Orixá.

Para entender melhor este prisma levamos em conta que o culto ao Orixá não é apenas uma entidade, trata-se de um ancestral de muita importância para sua cidade ou tribo, onde os Babalawos eram considerados como homens iluminados por Olorum o Deus supremo.

Consultados para qualquer decisão importante, com quem casar, quando iniciar as plantações quem seria os novos governadores e reis, os reis também tinham medo de serem 
espraguejados

Por este motivo os governantes que os invadiam, prendiam e escravizavam e os mandava embora por terem a certeza que jamais os veriam novamente.

A diferença entre os cultos do candomblé. Parte 2


Os principais pontos da rota escravagista estavam no:

Golfo do Benin, 
São Tomé, Senegal, Moçanbique e Angola.

Os negros aprisionados eram obrigado a andarem um percurso de 5 Kilómetros  da cidade até o porto de Uidá onde ficou conhecida como "A costa dos escravos", lá chegando eram obrigados a darem voltas em uma arvore mas conhecida como a arvore do esquecimento.

Como já citado os reis temiam que os escravos o amaldiçoassem seu reinado esta era a ideologia religiosa ninguém queria ser amaldiçoado por alguém que morre ou esta partindo para sempre.

PORTAL DO ESQUECIMENTO  


Os homens tinham que dar nove voltas ao redor da arvore e as mulheres sete voltas, como já dito acreditava-se que depois deste ato eles perderiam a memoria, esqueceriam seu passado, sua origem sua identidade cultural e se tornariam seres sem nenhuma vontade de reagir.

Uma crença sem logica, como poderia um Nago esquecer suas origens?

Se ela estão marcadas em seu rosto tanto quanto em sua alma, os que continuavam livres rezavam pelos que partiram para que fizessem boa viagem.

Através de várias rotas o brasil recebeu os:

Kabilas do Congo.
Benguelas de Angola.
Makuas e Anjicos de Moçambique.
Minas da costa da Guiné Bissal.
Auçás do noroeste da Nigéria.
Iorubas e Nagós dos reinos de Oyó e keto.
Ajeiji* do Daomé.(Ajeji era a forma perjorativa de chamar de forasteiro quem não era da cidade de Oyó ou keto).

"Nunca houve uma nação Jeije" e sim Daoméanos traficados.

Exemplo: "Jêije" Marri, forasteiro de Marri, "Gringo"

O trafico durou por 350 malditos longos anos estima-se que mais de quatro Milhões de negros foram traficados e mandados para o Brasil mais precisamente para:


Bahia, Maranhão, Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul.
  


Dentre eles três sacerdotizas do culto a a família de XangôYa Calá, Ya DetáYá Nassô, as princesas que iniciariam a notóriedade do os candomblés na Bahia.

Ilê Axé Ya Nassô
, mais conhecido como terreiro da Casa Branca, considerado um dos mais antigos em salvador onse segundo a história também deu origem a:
Ilê Iyá Omin Axé Iyá Massê, mais conhecido como terreiro do Gantois.

Ilê Axé Opó Afonja, casa da força sustentada por Afonjá.
Neste contexto podemos observar que o culto era muito restrito e confiados a poucos, destes as Yalorixás identificavam os que tinham Odú "caminho" para serem iniciados no segredo a palavra yawo é aquele que detêm ou guarda o segredo e é neste ponto onde começam as bifurcações do axé.
É de conhecimento publico que os candomblés eram cassados, invadidos e em alguns casos até fechados e como sabemos a disciplina mais conhecida como "Rumbê" a educação do axé era cobrada de forma incisiva, os resguardos longos com duração de até seis meses a um ano para os candomblé de Angola e três meses a um ano para as casas de keto que também poderia variar de acordo a necessidade do iniciado.

Mediante isso os conhecimentos só eram passados para os que tinham o dom, porem outros iniciados quer não tinham caminho não recebiam os ensinamentos necessários para reproduzir a altura a sua raiz.


E os caminhos se corromperam:

Quem tinha caminho não queria e nem tinha dinheiro.
quem não tinha caminho queria e tinha dinheiro para abrir sua casa mesmo contra a vontade de seus zeladores.

Como sabemos o conhecimento era restrito os ebós não eram cantados e sim rezados,e assim nasceu o precedente de se cantar os orikis de forma errada e os vicíos de linguagem, das deduções tortas do que aconteceria dentro dos roncos.

"Tecnicamente" casas com a mesma raiz tem sua metodologia de ebós, obi e boris idênticas.

Mas quando falamos de candomblé temos que lembrar de outros iniciados de outro axé que vem para nossas casas afim de fazer parte de nossa casa, neste caso é bem provável que as tradições das raízes se percam seja de onde ele veio ou não adotando a a metodologia da nova casa.